quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Vinícius de Moraes


Vinícius de Moraes

Pela Luz dos Olhos Teus (Vinícius de Moraes)

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é, meu Deus
Que frio que me dá
O encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus
Só para me provocar
Meu amor, juro por Deus
Me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz do olhos meus
Na luz dos olhos teus
Já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus
Sem mais laruriá
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor
E só se pode achar
Que a luz dos olhos meus
Precisa se casar.

Vida

O famoso compositor, dramaturgo, jornalista, poeta e cantor Vinícius de Moraes cujo nome completo era Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes nasceu no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1913. Nasceu no bairro da Gávea e era filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violonista amador e Lídia Cruz, pianista amadora. Vinícius foi o segundo de quatro filhos formado pelos irmãos Lígia (1911), Laetitia (1916) e Helius ( 1918). Mudou-se com a família para o bairro do Botafogo em 1916, onde iniciou o seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto.
Vinícius de Moraes ingressou em 1924 no Colégio Santo Inácio de padres jesuítas onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos mais tarde tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós com quem começou a fazer suas primeiras composições e se apresentar em festa de amigos. Em 1929, concluiu o ginásio e no ano seguinte ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje Faculdade Nacional de Direito. Na chamada Faculdade do Catete conheceu e tornou-se amigo do romancista Otávio de Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinícius de Moraes graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.
Três anos depois obteve o emprego de censor cinematográfico junto ao Ministério de Educação e Saúde. Dois a anos mais tarde, Vinícius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford, Em 1941, retornou ao Brasil empregando-se como crítico de cinema do jornal A Manhã. Tornou-se também colaborador da revista Clima e empregou-se no Instituto dos Bancários.
No ano seguinte foi reprovado em seu primeiro concurso para o Ministério da Relações Exteriores. Em 1943, concorreu novamente e desta vez foi aprovado. Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai em 1950, Vinícius de Moraes retornou ao Brasil Nos anos 1950, Vinícius atuou no campo diplomático em Paris e Roma.


Íntimo das Musas

Foram nove casamentos. O poeta casou-se com Beatriz Azevedo de Melo conhecida como Tati de Moraes, Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria ( A Martita) e Gilda de Queiros Matoso.

A Primeira Música

A primeira música de Vinícius de Moraes foi o fox trote Loura ou Morena feito em parceira com Paulo e Haroldo Tapajós.. Seu primeiro livro de poemas O caminho para a Distância entretanto só seria publicado em 1933.


Parceiros

Os parceiros de Vinícius foram inúmeros. Foi Tom Jobim, com quem compôs “ Chega de Saudade” , “ Se Todos Fosse Iguais a Você”, “ A Felicidade “ “ Brigas Nunca Mais, “ Eu Sei que Vou te Amar”.

A Felicidade ( Antônio Carlos Jobim _ Vinícius de Moraes)

Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei de pirata ou jardineira
Para tudo se acabar na quarta-feira
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo , por favor
Pra que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor
Tristeza não tem fim
Felicidade sim

“Felicidade” foi uma música feita para a versão cinematográfica da peça Orfeu Da Conceição feita por Vinícius e Tom Jobim. O filme foi dirigido pelo diretor francês Marcel Camus.

Os Parceiros

Além de Tom poeta foi parceiro de Paulo e Antônio Tapajós, Antônio Maria, Adoniran Barbosa, Carlos Lyra, Pixinguinha, Ary Barroso, Moacir Santos, Paulinho Nogueira, Francis Hime, Capiba, Edu Lobo, Edino Krieger, Claudio Santoro, Paulo Soledade, Chico Buarque, Carlinhos Vergueiro Toquinho e parcerias póstuma com Garoto e Ernesto Nazareth. Isso sem falar na poderosa parceria com o compositor e violonista Badem Powell que gerou os famosos afro-sambas, sambas com influência das religiões africanas tais como “ Berimbau” e Canto de Ossanha”.


Garota de Ipanema
Vinícius teve a felicidade de compor aquela que se tornou a música mais popular da música popular brasileira Garota de Ipanema. Inspirada na então estudante Heloisa Eneida Menezes Paes Pinto,o versionista norte- americano Norman Gimbel achava que o nome do bairro da zona sul carioca era exótico demais para título de música. Havia até o receio de fazer confusão com “ Ipana” marca de um dentifrício local.
A letra é a seguinte :

Garota de Ipanema ( Tom Jobim- Vinícius de Moraes)

Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
No doce balanço, caminho do mar
Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar
Ah, porque estou tão sozinho
Ah, porque tudo é tão triste
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha
Ah se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo por causa do amor.


Posições Políticas

O poeta, por causa de sua simpatia com ideias de esquerda, foi exonerado de seu cargo pelo Ato Institucional N 5 no período do regime militar.

Morte

Na madrugada de 9 de julho de 1980, Vinícius de Moraes começou a se sentir mal na banheira da casa onde morava na Gávea, vindo a morrer pouco depois.
Vinícius de Moraes 

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