Braguinha ( João de Barro)
Yes, Nós Temos Bananas ( João de Barro- Alberto Ribeiro)
Yes, nós temos banana
Banana para dar e vender
Banana, menina, tem vitamina
Banana engorda e faz crescer
Vai para a França o café
Pois é
Para o Japão o algodão
Pois não
Somos da crise se ela vier
Banana para quem quiser
Yes, nós temos banana
Banana para dar e vender
Banana, menina, tem vitamina
Banana engorda e faz crescer
Mate para o Paraguai
Não vai
Ouro do bolso da gente
Não sai
Velho ou menino, homem ou mulher
Banana para quem quiser
Esta música, de autoria do compositor Braguinha cujo nome verdadeiro
era Carlos Alberto Ferreira Braga ilustra bem seu humor peculiar
permeado por maliciosa crítica social. Isso porque a fruta banana
significava em sentido bastante pejorativo a fruta símbolo dos
países da América Latina inclusive o Brasil, vítimas do
imperialismo norte-americano.
O compositor Carlos Alberto Ferreira Braga o Braguinha nasceu no dia
29 de março de 1907. Viveu 99 anos e acompanhou as evoluções
tecnológicas que sacudiram a mídia no período em que viveu.
Faleceu no dia 24 de dezembro de 2006.
Carlos Alberto era filho de um industrial do ramo de tecidos no
bairro de Vila Isabel e parecia ter destino certo: seu pai queria que
ele fosse arquiteto. Chegou a cursar por dois anos a faculdade de
arquitetura mas acabou largando o curso. Antes mesmo, no período
ginasial do Colégio Batista já estava ele mais próximo da música
ao se aliar a uma turma de colegas que animavam com certa assiduidade
reuniões sociais nos bairros da Tijuca e Vila Isabel.
Denominados Flor do Tempo, cantando-se e vestindo-se como nordestinos
de sucesso no Rio um famoso grupo musical chamado Turunas da
Mauricéia o grupo contou com a adesão do futuro cantor Almirante
cujo nome verdadeiro era Henrique Foreis. Com liderança inata,
Almirante reduziu o número de componentes, agregou—lhes o
violonista Noel Rosa e propôs a troca do nome do grupo que passou a
ser conhecido como Bando dos Tangarás por sugestão de Braguinha.
Para evitar atritos familiares por causa de sua opção pela vida
artística escolha que ainda enfrentava muito preconceito na época
ele escolheu o pseudônimo de João de Barro vindo a exercer
profissionalmente um importante papel naquele quinteto vocal. O Bando
gravou seu primeiro disco em julho de 1929 e um mês depois duas
canções de âmbito rural evidenciados pelo título “ Pra vancê”
e “ Coisas da Roça “ de autoria de Carlos Braga, sua primeira
assinatura como autor.
Cada componente do grupo teve sua vez como solista vocal nos 36
discos gravados ao longo dos quatro anos seguintes que definiram
claramente a carreira de três deles: Almirante seria mesmo cantor e
depois um misto de produtor, radialista e pesquisador, Noel Rosa e
João de Barro seriam compositores, parceiros ocasionais cada vez
menos cantores.
Um exemplo desta brilhante parceria é a seguinte música:
As Pastorinhas ( João de Barro- Noel Rosa)
A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor
Linda pastora
Morena da cor da Madalena
Tu não tens pena
De mim que vivo tonto com teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar
A Copa de 50
A Copa de 50 de lembrança traumática para os brasileiros teve pelo
menos um grande consolo. Foi quando a Seleção brasileira enfrentou
a seleção espanhola, apelidada de Fúria, e aplicou-lhe uma goleada
de 6x1. O Maracanã lotado atacou de “ As Touradas de Madri”.
Apenas uma pessoa no estádio não cantava: o autor da música
,Braguinha, tomado pela emoção.
A letra é a seguinte:
Touradas de Madri ( João de Barro- Alberto Ribeiro)
Eu fui ás touradas de Madri
Parará tim bum- bum – bum – bum
Parara' tim- bum -bum
E quase não volto mais aqui
Pra ver Peri
Beijar Ceci
Eu conheci uma espanhola
Natural da Catalunha
Queria que eu tocasse castanhola
E pegasse o touro a unha
Caramba..
Caracoles
Sou do samba
Não me amoles
Por Brasil eu vou fugir
Que isto é conversa mole
Para boi dormir
Eu fui as touradas de Madri
Parara- tim. Bum – bum
Parará tim – bum – bum
E quase não volto mais aqui
Pra ver Peri
Beijar Ceci
Copacabana
“Copacabana” foi a música que modernizou a música popular
brasileira. Foi interpretado pela primeira vez pelo cantor Dick
Farney que a gravou em 2 de junho de 1946. Dick era então um crooner
de canções americanas que tentava uma carreira de cantor com
repertório nacional. A orquestração foi caprichosamente elaborada
por Radamés Ganattali, regendo uma orquestra de cordas que
sublinhava a voz de Dick, com o clima romântico de um samba canção
diferente. A canção foi gravada nos anos 46-47.
Copacabana ( ( João de Barro- Alberto Ribeiro)
Existem praias tão lindas
Cheias de luz
Nenhuma tem o encanto que tu possuis
Tuas areias
Teu céu tão lindo
Tuas sereias
Sempre sorrindo
Sempre sorrindo
Copacabana, princesinha do mar
Pelas manhãs tu és a vida a cantar
E á tardinha o céu poente
Deixas sempre uma saudade na gente
Copacabana,o mar, o eterno cantor
Ao te beijar ficou perdido de amor
E hoje vive a murmurar
Só a ti Copacabana
Eu hei de amar
O Mercado de Discos Infantis.
Foi quando o compositor teve uma de suas atitudes mais inteligentes:
comercializar as histórias infantis de contos de fada em disquinhos
para atrair a garotada. O compositor fez a dublagem do desenho
animado “ Branca de Neve e o Sete Anões o primeiro longa-metragem
de Walt Disney. Ele convocou os melhores cantores brasileiros: Dalva
de Oliveira para interpretar Branca de Neve e Carlos Galhardo para
viver o Príncipe para cantarem as versões em português dos
originais que ele traduziu do inglês.
Em 1943, Braguinha lançaria no mercado a teatralização sonora de
uma literatura inédita em discos como a história da Gata
Borralheira com orquestração de Radamés Gnatalli. Para atrair a
criançada os produtos tinham capas coloridas e atraentes em vez dos
envelopes pardos insípidos dos demais discos. O disco da Chapeuzinho
Vermelho era assim ilustrado por Alceu Penna. Braguinha preconizava
os displays dos Long Playng. Viriam depois disquinhos coloridos de 7
polegadas que rapidamente alavancavam as vendagens de uma nova
gravadora brasileira da qual ele também seria o diretor, a
Continental sucessora da Columbia no Brasil
Letrista de Carinhoso
Foi o longo processo por que passou o samba- choro Carinhoso antes de
ser gravado por Orlando Silva em 28 de maio de 1937. Era uma polca
lenta que Pixinguinha havia composto em 1917, mas tinha pudor em
mostrá-la por ter apenas duas das três partes então obrigatórias.
Apenas 10 anos depois é que se animou a desengavetá-la para gravar
com orquestra o que lhe valeu uma pesada crítica. Nem as duas
gravações subsequentes em 1929 e 1934 conseguiram levantar o “
Carinhoso “ instrumental do esquecimento.
Mas Braguinha atendeu ao pedido da cantora Heloísa Helena para criar
uma letra de modo que ela pudesse interpretar “Carinhoso” num
espetáculo beneficente. Fez algum sucesso, mas o longo processo não
terminara. “ Carinhoso foi rejeitado pela maior estrela da RCA,
Francisco Alves. Chegou-se a programar uma gravação porém o
escolhido Carlos Galhardo nem compareceu na data. Sobrou para o
terceiro da fila, Orlando Silva então ascendendo na carreira e que
com arranjo de Radamés Gnattali que afinal cumpriu as ordens do
diretor Mister Evans porém o cantor estava descontente com a letra.
Diante de tamanha descrença dos envolvidos qual não foi a surpresa
quando o disco agradou em cheio tão logo lançado. Orlando Silva
encontrou a musica de sua vida, Pixinguinha e Braguinha tiveram seu
maior êxito e com centenas de gravações por mais de 70 anos e “
Carinhoso se tornou uma das músicas mais famosas da música popular
brasileira repertório obrigatório em shows de música popular
brasileira pelo pais.
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